sexta-feira, 27 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
O Eu- sujeito
Sabe quando você acorda,e tudo transcorre normal durante o dia,mas ,chega pelo correio,pela internet ou pelo telefone,aquela notícia que vira sua vida de pernas para cima,que você não sabe extamente se aquilo realmente está acontecendo ou se é apenas,um ,mal súbito,talvez ,um mal entendido,ou um engano,ou qualquer outracoisa,menos aquilo.Quem ainda não viveu isso,um dia pode acreditar,vai acontecer,afinal estamos vivos.
No entanto,parece que nunca estamos preparados para esse momento,quando este momento chega,o frio na barriga,o suor no rosto, mãos geladas e o palpitar rápido do coração são inevitáveis.A insegurança e a solidão chegam,e fazem com que você não saiba exatamente quem é,o que faz aqui,e o que vai ser.
Eu tive essa experiência dias atrás.Pensei que não iria sobreviver...
Fiquei lembrando da minha vida,sempre trabalhei,estudei,fiz coisas que não gostava para agradar pessoas que pra mim,eram queridas,de repente tudo isso,não tinha o menor valor...me senti perdida,tudo que tinha aprendido na vida,parecia não ter o menor sentido...
Mas o que fazer???? Eu tinha aprendido,nunca mentir,nem tentar fazer alguma coisa para levar vantagem sobre alguém era errado.Ainda bem,porque o caráter que foi formado em mim,na primeira infância venceu.E eu consegui fazer a coisa certa.
Falo isso,porque é importante que os valores e as crenças,e o que deve e o não deve ser, logo nos primeiros anos de vida,porque segundo todas as teorias psicológicas que eu já estudei,é nessa fase que se molda o caráter de um ser humano.Embora a Psicologia genética,afirma que somos predispostos a alguns comportamento, ainda que o ambiente,não contribua,somos impulsionados pelos genes transmitidos por nossos pais,para nos comportarmos daquela ou desta maneira,mas ainda assim existe o poder de decisão,o eu,o sujeito,aquele ser que nenhum aparelho de neuroimagem é capaz de detectar,é ele que decide.Pense nisso: O que você ensinar para uma criança até a primeira infância,é isso que irá fazer com que ela seja quem será.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
O suicidio e o luto das famílias de suicidas
PROBLEMA: COMO ACONTECE O LUTO NAS FAMÍLIAS DE SUICIDAS.
INTRODUÇÃO:
Vivenciar o luto, não é uma das tarefas mais fácies que o ser humano enfrenta aleatoriamente. O luto não é apenas um sentimento mais uma série de sentimentos característicos e que levam certo tempo para passar, além de não se poder apressá-los.. Quando se perde um ente querido em mortes naturais, quer por acidentes ou por doenças, a dor e a saudade são vivenciadas de uma maneira, no entanto, quando alguém tira a própria vida, muitas perguntas ficam sem respostas ,a dor da perda em uma das mortes mais enigmáticas, é muito maior que a saudade e dura por toda uma vida. As perguntas e a culpa são sentimentos constante, pois não há uma explicação lógica ou pelo menos aceita pelas famílias , mesmo quando o suicida deixa bilhetes ou uma carta explicando seus motivos. A vergonha , o sentimento de culpa que a família sente , é a causa do silêncio de muitos deles. É um tema rodeado de mitos, restrições e reservas por parte das famílias .Entender o suicídio, ou por que pessoas dão fim a própria existência é uma questão de muitos estudos. Alguns autores falam sobre a existência de um gene da agressividade em alguns indivíduos com transtorno de personalidade do grupo B, outros explicam a cisão do eu, o falso si- mesmo, em uma visão psicanalista Winicottina, e outros ainda, sobre uma pré- disposição genética. A verdade é que a ideação desse ato ocorre em determinados momentos da vida, correspondendo-se com pensamentos depressivos e de solidão. Partindo desse aspecto, o presente trabalho por meio de uma análise bibliográfica, pretende analisar fatores envolvidos no processo de luto das famílias de suicidas, que muitas vezes se percebe estigmatizada e até mesmo rejeitada por amigos e pela sociedade reforçando a necessidade de uma busca profissional para as mesmas, para ajuda-los na elaboração do luto. E também reflexões sobre o papel importante do psicólogo diante da realidade do suicídio, em dois momentos, tanto quando ao atendimento de um possível suicida, como quando em atendimento as famílias e amigos que procuram sua ajuda.
REVISÃO DE LITERATURA
A palavra suicídio foi utilizada pela primeira vez por Desfontaines , em 1737 e significa morte intencional auto-inflingida, ou seja, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de grande sofrimento, tanto psíquico ou até mesmo físico, decide tirar a própria vida. Significa etimologicamente sui= si mesmo; caedes =ação de matar, ou seja, matar a si mesmo. A morte não é algo muito pensado e traz muito sofrimento ao homem, pois a felicidade constantemente pregada hoje é considerada a única fonte de onde ele conseguirá subsídios para viver plenamente. Então, ideias como angústia, a tristeza e o luto são inconcebíveis, por não estarem em harmonia com os anseios do momento. Podemos dizer que do direito à saúde e à alegria passamos à quase obrigação
de sermos felizes. Na atualidade a tristeza é vista como deformidade, um defeito moral, uma patologia que exige a intervenção médica ou psicológica (SILVESTRE, apud KEHL, 2009).
A desistência da vida, implica em uma série de fatores dentre eles os sociológicos, os econômicos, os históricos e os psicológicos. A família sempre trata com muito cuidado ,reserva e até mesmo nega em falar sobre o assunto. A essência de um ato suicida é a intencionalidade, aspecto que vem carregado de reforços, papéis e situações que fazem a pessoa preferir a morte, desistindo da vida.
A família tenta explicar o ato suicida como decorrente de algum problema psicológico, social que justifique essa ocorrência, ou até mesmo um transtorno mental(depressão, dependência química etc.),mas não apenas os aspectos psicopatológicos mas também relações com seu meio ambiente, família, profissão, e até mesmo a roda de amigos.
Quanto ao sofrimento enfrentado pela família do suicida, podemos notar alguns comportamentos comuns: a presença do sentimento de culpa, estratégias de enfrentamento, causas possíveis para o ato, vergonha.
A estratégia de enfrentamento adotado pelos familiares, é resultado de suas crenças, normalmente a busca por uma religião, que talvez, traga sentido, já que as crenças e práticas religiosas podem ser consideradas muito importantes no enfrentamento de situações relacionadas às doenças e a morte. A procura pela religião ocorre quando as pessoas ao enfrentar uma situação de estresse, usam as crenças e comportamentos religiosos para facilitar a resolução dos problemas e prevenir ou aliviar as emoções negativas.
É importante ressaltar que além da religião, o trabalho e a contribuição terapêutica também são estratégias para a superação do suicídio.
Existem ainda, as causas possíveis para o ato suicida, está a doença mental que segundo ABP, 90%, dos casos ,são pessoas diagnosticadas com algum transtorno mental, esse também é o discurso da família quando na hora de explicar os motivos do ato.
Observa-se ainda, no discurso uma atitude de negação. Algo que não deve ser comentado ou até mesmo pensado, porque isso causa sentimento de vergonha, embaraço ou culpa, sendo distorcido ou ocultado. As pessoas envolvidas não aceitam o suicídio, porque isso causa um certo preconceito por parte da sociedade, então elas preferem ocultar o motivo da morte. Segundo Freud ,(1980): ... “no fundo ninguém crê na própria morte, ou dizendo a mesma coisa de outra maneira, que no inconsciente, cada um de nós está convencido de sua própria imortalidade.” Freud ,em seu texto luto.
O sentimento de culpa quanto ao ato suicida representa para as famílias “a ponta do iceberg”, pois existe uma grande dificuldade na crença das motivações e atitudes, que não podem ser explicadas pelo racional, e nas quais existe uma vertente inconsciente, que pode vir à tona após a morte do suicida. Tal vertente vai contra o raciocínio lógico que impulsiona os familiares a procurar as justificativas do suicídio, e geralmente são julgadas insuficientes...
Como podemos observar na fala da mãe de G:
Brigamos algumas vezes, mas não consigo entender o porquê dessa atitude.
Impotência, dor, vazio e muita culpa, por não termos acreditado no aviso dela.
Sentimos muita tristeza, dor e culpa .
“Para Freud,na melancolia a sombra do objeto cai sobre o ego, fazendo com que o sobrevivente se identifique com o morto, construindo em sua mente um entidade má, raivosa, resultante dos sentimentos negativos. A pessoa passa a sentir-se assim dominada e culpada,”
( art.Análise dos fatores envolvidos no processo de luto das famílias nos casos de suicídio).
Nós últimos anos, diversos estudos tem sugerido que o componente genético é significativo, isso também podemos verificar na fala das famílias envolvidas,tanto como modo de estratégias de enfrentamento, como discurso propriamente dito. Entretanto, o modo exato através do qual os genes aumentam a predisposição de certos indivíduos a cometer o suicídio é ainda desconhecido. Há evidência crescente de que os fatores genéticos devem influenciar a predisposição ao suicídio via uma modulação dos comportamentos impulsivo e impulsivo-agressivo. No art. O suicídio e sua relação com o comportamento impulsivo-agressivo de Gustavo Tureki,
A relação entre o gene da agressividade com o suicídio, é bem evidente entre alguns indivíduos que preenchem alguns critérios diagnósticos para transtornos da personalidade do grupo B, principalmente transtorno da personalidade limite e anti-social, dois quadros caracterizados pela importante presença de traços impulsivos e agressivos. O suicídio é um ato destrutivo como já vimos, complexo, e também determinado pela interação de vários fatores, incluindo a constituição biológica do sujeito, sua história de vida e seu ambiente . Existem diversos estudos que afirmam ainda ,que na maioria dos casos está presente algum tipo de transtorno psiquiátrico , um dos maiores fatores de risco, sendo que os transtornos depressivos e a dependência ou abuso de álcool e outras substância psicoativas estão presentes em uma escala maior.
De acordo com esse artigo, vários estudos neurobiológicos vem indicando uma certa redução na atividade serotoninérgica associada com o comportamento impulsivo e impulsivo –agressivo, um aumento no córtex pré-frontal de uma ligação entre agonistas serotoninérgicos a receptores pós- sinápticos, principalmente o receptor 2A.Esses são dados biológicos, veremos em seguida a pré-disposição genética e quais característica vindas das famílias do sujeito: a) a presença do transtorno do humor é necessária, mas não suficiente, para a ocorrência de suicídio e b) os fatores que predispõem ao suicídio também tendem a agregar em famílias. Vários estudos de vários autores, avaliaram familiares de pessoas que se suicidaram , através de entrevistas diretas, a presença de suicídio completo e de tentativas e ideação é bem presente na fala, assim como traços de impulsividade e agressividade.
Não estamos aqui discutindo sobre a questão suicida, apenas sinalizando que não apenas o ambiente ou a genética do sujeito,mas como dissemos no princípio uma somatória de fatores, acabam influenciando o indivíduo a colocar fim a própria existência.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Através de uma leitura pela teoria da Psicanálise de Winnicott, o tema é de acentuada preocupação por essa teoria, o suicídio traz a realidade, elementos ocultos que muitas vezes, são expressos de várias maneiras, mas passam despercebido pela família, ou pelos que rodeiam o suicida. Winnicott sempre esteve em constacto com o tema, mesmo não escrevendo nenhum artigo específico suas citações são encontradas em grande número em seus trabalhos.
O suicídio define-se por uma vulnerabilidade extrema do paciente, que apresentam sintomas, assim como aqueles cuja a doença está oculta em um manto de aparente normalidade.
Winnicott deixa claro que esse impulso auto-destrutivo pode estar presente, na infância, oculto sob uma inocente esfregação de olhos(Winnicott,1944 a 2000,p.152) ou no brincar angustiado do garoto que desenha um navio , que atacado, naufraga sem esperança, juntamente com seu capitão, na adolescência , na luta incessante de tornar-se real, e ainda quando adulto, a percepção de que suas tentativas de projeção na vida profissional e amorosa ou social tornam-se frustradas, então sua mente se esvazia, ou fica vazia. Ainda, há o não amadurecimento do eu, onde ocorre a cisão do ego em verdadeiro e falso-mesmo. O falso si – mesmo ,segundo Winnicott seria uma defesa que o indivíduo cria , ocultando o verdadeiro eu e isso ocorre na primeira infância, no estágio das primeiras relações objetais, quando a mãe não fornece ao bebê o acolhimento devido, não alimenta a onipotência do indivíduo, impondo o mundo ao bebê, podendo estabelecer um padrão de anormalidade.
O falso- eu coloca-se de tal forma, que um analista não muito experiente, pode deixar passar algumas dicas que o paciente pode dar, tal é a suposta normalidade que se apresenta , é surpreendente que alguns médicos e outros profissionais ligados à prática psicoterapêutica podem se mostrar satisfeitos com essa aparente saúde, construída sobre a base da submissão às pressões do ambiente.
Em alguns casos a única defesa é a ocultação total si mesmo isolado do mundo externo devido a presença falso si-mesmo. Nestes casos os únicos indicadores da existência do si- mesmo verdadeiro é a recusa de alimento, balanceio ritmado do corpo ,aliado a alguns comportamentos próprios dos primeiros estágios do amadurecimento.
ANÁLISE E RESULTADO
Do ponto de vista psicanalítico , o ato do suicídio confirma tudo o que foi escrito pela literatura e também pelo exposto neste trabalho.
O paciente ao ter de enfrentar situações adversas que o mundo lhe apresenta ,sente-se desprotegido assim como o bebê, na teoria de Winnicott, que a mãe não lhe fornece o acolhimento devido. A falsa normalidade com que esse sujeito se apresenta ao mundo e em sua vida cotidiana , é um dos motivos pelos quais a família e os amigos não percebem a intenção suicida, mas, o olhar atento e experiente de um analista poderá desviar dessa tragédia silenciosa e silenciada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O suicídio pode ser considerado uma agressão deliberada que o sujeito pratica contra si mesmo, com a intenção de pôr fim a sua vida,e isso envolve vários fatores: genéticos ,subjetivos do indivíduo e sociais. Hoje o homem tem dificuldade em dar um sentido para sua vida, e a subjetividade contemporânea não consegue transformar a dor em sofrimento, isso leva a um isolamento e aprofundamento no abismo da depressão.
A família do sujeito , ainda, não elabora adequadamente o luto, seja, por vergonha, ou pela negação, os familiares mostram sentimentos de culpa.
Diante de tudo o que foi dito e exposto, acredito que aa ajuda terapêutica é extremamente importante. A empatia do psicólogo em relação ao paciente é fundamental ao atendimento às famílias.
Mostro ainda, a necessidade de estudos mais profundos , a fim de uma compreensão mais ampla dos impactos causados aos familiares sobreviventes do suicídio.
O suicídio faz com que amigos e familiares se
sintam seus assassinos.
Vincent Van Gog
Referência Bibliográfica:
Análise dos fatores envolvidos no processo de luto das famílias nos casos de suicídio.
Revista Mineira de Ciências da Saúde. Patos de Minas: UNIPAM, (2):123‐135, 2010 | ISSN 2176‐2244
Revista Brasileira de Psiquiatria
Ver.Bras. Psiquiatr.vol.21 s 2 São Paulo Oct. 1999
O suicídio e sua relação com o comportamento impulsivo-agressivo –Gustavo Tureckiávio Del Matto Faria* :Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Universidade São Judas Tadeu
domingo, 1 de abril de 2012
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