terça-feira, 19 de junho de 2012

Neurociências-océrebro


NEUROCIÊNCIAS-

Neurociências  segundo  a Resolução CPF 02\2004 do Conselho Federal de Psicologia(2004),é uma ciência que propõe novos métodos para investigar o papel dos sistemas cerebrais individuais ,em formas complexas de atividade mental.
Neurociências é a área do conhecimento que analisa o Sistema Nervoso ,para entender as bases biológicas do comportamento.
Neuropsicologia se dedica a estudar a expressão comportamental das disfunções cerebrais.Cujo objetivo específico  é a investigação do papel dos sistemas cerebrais individuais nas formas mais complexas da atividade mental.(Luria,1984)
Neurociências é uma área do conhecimento,relativamente nova,pois o estudo do cérebro remonta  os  anos 4.000a.C ,quando os povos pré-históricos praticavam a trepanação para entender e até mesmo intervir no Sistema Nervoso,tendo muitas vezes um cunho religioso,pois acreditavam que o cérebro perturbador era moradia de espíritos maus,mas também terapêutico ,como veremos adiante.
A história mostra que os egípcios ,através das mumificações dos Faraós,por acreitarem na eternidade da alma,que depois retornaria ao corpo,tinham um amplo conhecimento neuroanatômico.Nos escritos de Edwin Smith ,3.000 a.C,foram encontrados relatos clínicos em um papiro que reforçava a ideia da relação cérebro \comportamento,por ex. estudava a perda da consciência,alterações  na personalidade e na linguagem eamnésia,esses casos clínicos foram escritos minuciosamente.
Almaeon de Crotona(500a.C) também partilhava a ideia de que o cérebro seria responsável pelas sensações e pelos pensamentos,formulando a hipótese deque a vida mental estaria vinculada ás atividades cerebrais.Propôs ainda que havia uma localização específica no nosso cérebro para cada sensação .Nascia,então a teoria localizacionista e unitarista.
Hipócrates(460ª.C a 400 a.C) e Galeno (130 a.C a 200a.C)em suas observações clínicos,descobriram que lesões cerebrais alteram a personalidade e o raciocínio.No final da Idade Média Alberthus Magnun (1200 a 1280 a.C) formulou a teoria em que havia três ventrículos,cada um responsável por uma função ,sendo que o primeiro ventrículo era responsável pelas sensações,o segundo ventrículo responsável pela razão e o pensamento e o terceiro ventrículo pela memória,essa teoria era aceita pela Igreja Católica.
Na Idade Moderna Andreas Versalius (1514 a 1564)anatomista belga derrubou a teoria ventricular ,provando que homens e primatas anatomicamente eram praticamente iguais,não podendo a alma residir nestas estruturas.
René Descartes (1596 a 1650)anatomista francês elaborou o dualismo cartesiano:mente\corpo.Para ele a mente unificada,conectada a uma estrutura cerebral-a glândula pineal,que exerciam sobre os comportamentos reflexos controle e os telencéfalos  seria uma estrutura de proteção desta glândula.
Apenas no século XlX ,com o advento da ciência moderna pode-se afirmar um desenvolvimento mais acurado das relações cérebro \comportamento,com os estudos de Franz J. Gall e John Gaspar Spurzhein (1776 a 1832) afirmando que o cérebro era organizado em 35 regiões.Uma nova questão acaba de ser levantada,segundo Conzenza(2008,pg 17) :
“Tendo o cérebro se consolidado como órgão responsável pelosprocessos mentais epelo comportamento,surgiu o problema de saber se essas funções poderiam ser decorrentes do funcionamento de diferentes áreas de sua anatomia.”
Surge então o localizacionismo e o holismo.
Os localizacionistas defendiam que o cérebro dividido em 35 regiões  e que os comportamentos localizavam-se nessas regiões.Gal e Sperzheir segundo Gazaniga(2006)essas áreas eram responsáveis por funções cognitivas básicas,como a linguagem,percepção,inteligência até as mais abstratas.Essa teoria ficou conhecida como Frenologia,sendo rejeitada mais tarde pela comunidade científica ,por se provar através de experiências laboratoriais que o cérebro funcionava em conjunto.
No início do século XX,Walter Hess (1881-1973) cogitou a hipótese que o cérebro  funcionava em uma complexa atividade de organização cerebral.O neurologista britânico Hughlings Jackson(1835-1911) enfatizou que o sistema nervos tinha uma base anatômica e fisiológica organizada hierarquicamente para a localização das funções cerebrais.Esses pressupostos foram base para a teoria dos Sistemas Funcionais de Luria e Vigostsky.
O desenvolvimento da Neuropsicologia se deu principalmente pelos estudos em pacientes com cérebros lesados.Após as duas grandes guerras mundiais é que as neurociências obteve seu avanço científico através de estudos em soldados mutilados.Com base nos estudos de Jackson ,Aleksander Lúria(1902-1977)-neuropsicólogo soviético ,propôs uma espécie de apaziguamento entre as duas correntes filosóficas existentes,a localizacionista e a holistas,criando a Teoria dos Sistemas Funcionais,Lúria explica ,que funções mais básicas poderiam ser localizadas,mas os processos mentais superiores geralmente envolve sistemas que atuam em conjunto ,embora a vezes se situem em regiões distintas e distantes do cérebro.Segundo essa teoria os sistemas funcionais dividem-se em três blocos ou unidades funcionais:no tronco encefálico, na formação reticular e em algumas áreas do Sistema Límbico estaria as funções de tônus cortical e de vigília;no segundo bloco ,teria a função de receber,armazenar e processar as informações que chegam do mundo externo,e situaria nas regiões posteriores do sulco central;o terceiro bloco situaria antes do sulco central e tem a função de regulação e verificação das estratégias comportamentais e a própria atividade mental.
A prática das neurociências pode ocorrer em clínicas especializadas,onde ocorre uma avaliação e caso constate o transtorno ,uma reabilitação.Existe um interação multidisciplinar entre o neuropsicólogo e a equipe médica,terapeuta ocupacional,fisioterapeuta,fonoaudióloga, pedagogo,Assistente social,psicopedago,e educador  físico,para que haja uma torça de pareceres para a melhor reabilitação do paciente.
Objeto de estudo: Arelação do cérebro e o comportamento.
Pressuposto que embasam essa teoria .
Dualismo: é uma visão filosófica baseada em que dois princípios ou substâncias (Cérebro,comportamento)opostos e inconciliáveis e incapazes de fazer uma síntese entre si ou de uma reciprocidade.Como vimos,anteriormente desde Almaeon de Crotona(500 a.C) até Aleksander Luria o cérebro e o comportamento são duas incógnitas,que a Neurociência tenta explicar.
Mecanicismo: Nas ciências humanas,refere-se as teorias que afirmam que todos os fenômenos que se manifestam(comportamentos)nos seres vivos são mecanicamente determinados( os sistema funcionais,região do cérebro) e ,sempre de natureza físico-químico.Ou seja,Neurociência é mecanicista,pois explica os comportamentos a partir de regiões cerebrais,e sistemas funcionais,que trabalhando em conjunto tem como produto determinado comportamento.

realidades não subordináveis e irredutíveis entre si.
Em biologia, mecanicismo refere-se às teorias que afirmam que todos os fenômenos que se manifestam nos seres vivos são mecanicamente determinados e, em última análise, essencialmente de natureza físico-química.

Referencias bibliog´raficas

Epistemologia
O sujeito cerebral
Francisco Ortega e Benilton Bezerra Jr. são professores do Instituto de Medicina Social da UERJ e organizadores, junto com o Instituto Max Planck de História das Ciências de Berlim, do congresso "Neurociências e Sociedade Contemporânea".
TEMA: Fundamentos de Neuropsicologia
DOCENTE: Eugenio Pereira de Paula Jr. (Psicólogo/mestre em educação)

Paulo Henrique Azevedo Grande
Desenvolvimento Histórico da Neuropsicologia: Aspectos Gerais

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